Artigo – Os Tabelionatos e a Netflix – Angelo Volpi Neto.

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      Em momentos de incerteza vemos empresas e negócios indo à bancarrota e outros prosperando absurdamente. A empresa de streaming Netflix é um exemplo de sucesso e vale a pena entender como o negócio começou há cerca de 30 anos.

      Eram tempos em que, para assistir filmes, íamos pessoalmente às locadoras buscá-los. Vendo uma oportunidade de serviço personalizado, a Netflix começou a oferecer um serviço de assinatura mensal de locação ilimitada, enviando os DVDs pelo correio até a casa dos clientes. Ninguém prestou muita atenção naquela “empresinha”, cujo negócio parecia um tanto óbvio e sem relevância. Eis que as bandas de internet começaram a crescer e a Netflix migrou seu negócio para a transmissão de filmes via streaming, ou seja, online.

      O mercado também não deu muita importância, pois já havia o YouTube e os canais abertos que sempre fizeram isto. Mas a Netflix não produzia filmes, até então ela os comprava da Disney da Sony entre outras. Eram filmes antigos que, para estas empresas não tinham mais um valor apreciável e portanto acharam estar fazendo um grande negócio.

      Assim a Netflix foi crescendo com as “sobras” que Hollywood produzia, afinal aquilo não trazia mesmo um lucro substancial. O final desta história todos nós sabemos: hoje a Netflix ultrapassou as produtoras, vale cerca de US$ 158 bilhões contra US$ 154 da Disney, por exemplo. Passou a produzir filmes, concorrendo diretamente com elas que, desesperadas tentam correr atrás do prejuízo.

      Na semana passada meu irmão me pediu para ser fiador de um escritório que estava locando. Pediram-me cópia do registro de um imóvel de minha propriedade e da última declaração de imposto de renda e endereço de e-mail e número do celular. A identificação foi feita através de alguns procedimentos, tais como uma selfie segurando a cédula de identidade e algumas perguntas aleatórias. Logo depois recebi um e-mail, cadastrei uma senha e assinei o contrato. Certamente para certificar-se da minha identidade fizeram várias checagens tais como, endereço IP do celular e do computador, georreferenciamento, endereço de e-mail, checagem em bancos de dados de identidade, etc. Assim… Adeus reconhecimento de firma, e tudo devidamente amparado pela lei e pela tecnologia.

      Na mesma semana minha esposa precisou fazer um certificado ICP-Brasil, mesmo procedimento, tudo remoto.  – A propósito, diariamente tenho recomendado a clientes a fazê-lo para assinar escrituras, já que para fazer o nosso certificado é preciso vir pessoalmente ao tabelionato. – O detalhe é que estas mesmas empresas que vendem certificados ICP têm os seus próprios portais de documentos, ou seja, plataformas que arquivam e administram contratos particulares, afinal, ninguém os deseja mesmo… Se precisar renovação do contrato está tudo lá. Imobiliária, proprietário e inquilino felizes por não precisar arquivar contrato em papel, nem ir mais no cartório.

      Vivemos tempos em que a fila anda a passos estratosféricos. Como nunca, a teoria de Darwin continua atual, sobrevive quem é flexível e se adapta rapidamente! Vivemos tempos, em que “restos” não podem ser jogados no lixo. Tempos em que, opiniões, dogmas, doutrina, leis, jurisprudências, provimentos, idiossincrasias, etc., devem ser revistos todo os dias.

      Qualquer semelhança entre nós e Hollywood não está sendo mera coincidência…

      Angelo Volpi Neto – 7º Tabelião de Notas em Curitiba.

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